domingo, 24 de agosto de 2008

Responder a essas questões...

Bem, um tanto quanto difícil, então farei uso de alguns poetas e suas sábias palavras pra tentar me encontrar...

Quem você está????

Nos dias de hoje...



"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade."
Carlos Drummond de Andrade

Como se sente???

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio.

Que a morte de tudo em que acredito

Não me tape os ouvidos e a boca

Porque metade de mim é o que eu grito

Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe

Seja linda ainda que tristeza

Que as "pessoas que eu amo" sejam pra sempre amadas

Mesmo que distantes

Porque metade de mim é partida

Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo

Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor

Apenas respeitadas

Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos

Porque metade de mim é o que ouço

Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora

Se transforme na calma e na paz que eu mereço

Que essa tensão que me corrói por dentro

Seja um dia recompensada

Por que metade de mim é o que penso

Mas a outra metede é um vulcão

Que o medo da solidão se afaste

E que o convivio comigo mesmo se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso

Que eu me lembro ter dado na infância

Por que metade de mim é a lembrança do que fui

Mas a outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria

Pra me fazer aquietar o espírito

E que o teu silêncio me fale cada vez mais

Porque metade de mim é abrigo

Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta

Mesmo que ela não saiba

E que ninguém a tente complicar

Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer

Porque metade de mim é a platéia

A outra metade é a canção.

E que a minha loucura seja perdoada

Porque metade de mim é amor

E a outra metade também.
Oswaldo Montenegro

Quais são minhas dúvidas profissionais???

As dúvidas, estão sempre presentes no caminho, mas hoje, tento buscar conforto e verdade no que faço...Mas a certeza em trilhar no caminho da arte, da educação, do reencantamento, nas pessoas, nas suas histórias, é um fato!
Não consigo imaginar meu trabalho sem as pessoas, suas histórias e seus lugares...
Mesmo que em alguns momentos as coisas não aconteçam como planejei...


Quais são seus sonhos?

Meus sonhos...
São tantos,é díficil responder, quando se trata de uma pessoa com tantos sonhos. Mas o que posso dizer é que são esses tantos sonhos que me movem, que fazem acordar todos os dias, que me faz ter coragem e força pra enfrentar a dureza dessa cidade cinza...
Entre eles, alguns são especiais, como o de ver aquilo que faço sendo encarado como saída e chegada, um refúgio no mato, longe bem longe...Filhos, muitos amigos, um grande amor, poesia sempre que necessário, um mundo onde as pessoas se vejam, compartilhem e se reconheçam..
Conhecer esse Brasil, sua gente, suas vidas...
Me sentir latino americana, caminhando pela América...
Que as injustiças sejam vistas, mas acima de tudo, que se transformem em passado...
Que o sentido do coletivo, união e força, venha forte nas próximas gerações...
Que o desejo de consumo, seja repensado...
E que busquemos o ser e não ter...
E por ai vai..rsrsrsrs...

Quais são seus desafios???

Os desafios...
Acho que o dia a dia, por aqui...Por que nessa terra de ninguém, ainda acredito que existam muitos pontos de luz...E o grande desafio está em vê-los, encontrá-los e conectá-los com as outras constelações...
O desafio de fazer com que tantos outros vejam, o mundo de um outro jeito, onde todos possam compartilhar dessa "casa" de forma tranquila, harmônica e sistêmica...
Mas esse sem dúvida é o maior de todos...


Retorno
Leve-me para casa pelo caminho enluarado
Onde a palidez da lua descolore a terra ocre,
Diga-me para onde ir.
Para longe do lugar onde lanternas amarelas incandescem
Onde insetos se amontoam em busca de calor
na noite solitária.
Cerque-me com árvores
onde casas obstinadas se recusam
A se manter de pé
Onde a chuva tamborila
nas folhas verdes
Leve-me para o lugar
onde as estrelas não se escondem timidamente
envergonhadas da sua beleza
Onde os aromas que se desprendem da terra
guiam-me
Guia-me de volta para a floresta
Onde eu possa me reencontrar
Escondida entre as folhas.
Célia La Luz, 15 anos
San Francisco, Califórnia (Do livro: Alfabetização ecológica)


É isso, que venham as próximas...

Um comentário:

Vanessa Santos disse...

É Camila saber que somos, não é tarefa facil.
inté